Conectando pessoas através do esporte

Sabemos que a prática de atividade física promove diversos benefícios para a saúde e quanto mais cedo for incentivada melhor! E se os pais derem exemplo, melhor ainda! Assim, será mais fácil a criança criar um hábito e se beneficiar de um estilo de vida saudável. Ademais, a prática de atividade física é importante em todos os ciclos de vida (crianças, adolescentes, adultos e idosos). Alguns desses benefícios são controle do peso; diminuição da chance de desenvolvimento de alguns tipos de câncer; diminuição da chance de desenvolvimento de doenças crônicas, como diabetes, hipertensão e doenças do coração; e agora após pandemia: auxilia na saúde mental!

Qual idade começar? Quanto tempo a criança pode praticar atividade física?

Para crianças e adolescentes é recomendado atividades de leve a moderada intensidade. Existem inúmeras atividades das quais os pequenos (2 a 5 anos) com os pais podem realizar. A Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda que as crianças façam duas horas de atividade física por dia, diariamente. Claro que são atividades lúdicas e condizentes à faixa, como brincadeiras no parquinho, jogos com bola, andar de bicicleta, natação, entre outros.

Dos 5 aos 17 anos é recomendado pelo menos uma de exercícios por dia, com atividades de intensidade moderada e exercícios de fortalecimento também entram como indicação de três dias na semana, mas é preciso atenção devido à imaturidade músculo-esquelética das crianças e adolescentes. Para essa faixa, além das brincadeiras típicas da infância, podem ser realizados exercícios aeróbicos como: corrida, natação, caminhada, ciclismo, dança e algumas modalidades esportivas.

Essas atividades são essenciais para o fortalecimento da musculatura e sustentação dos ossos. Ainda aumentam a lubrificação das cartilagens, melhoram o desempenho das articulações e reduzem dores em geral. 

O Guia De Atividade Física Para A População Brasileira 2, do Ministério da Saúde, descreve as intensidades da seguinte forma:

Leve: exige mínimo esforço físico e causa pequeno aumento da respiração e dos batimentos cardíacos. Numa escala de 0 a 10, a percepção de esforço é de 1 a 4. A pessoa consegue respirar e conversar tranquilamente enquanto se movimenta ou até mesmo cantar uma música.

Moderada: exige mais esforço físico, faz o indivíduo aumentar a frequência respiratória e aumenta moderadamente os batimentos cardíacos. Numa escala de 0 a 10, a percepção de esforço é 5 e 6. A pessoa consegue conversar com dificuldade enquanto se movimenta e não vai conseguir cantar.

Devemos salientar a importância de passar por uma avaliação com médico para verificar a saúde na sua totalidade e possíveis pontos de atenção ortopédicos. Os treinos também devem ser prescritos por profissional de educação física, considerando as características e o condicionamento da criança e do adolescente. 

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Seu filho está com dor após o esporte?

Em dores de leve intensidade, é importante observar os sinais de inflamação como: dor, calor, vermelhidão e edema (inchaço) e se estiverem presentes, vale a pena procurar um médico para fazer o diagnóstico correto assim como nos casos de dores moderadas e fortes acompanhadas de claudicação, perda de função ou QUALQUER deformidade.

Dor do crescimento

A dor do crescimento afeta cerca de 25% a 40% das crianças em desenvolvimento. É um termo bastante discutido na medicina, pois muitos não acreditam nessa nomenclatura, sendo um diagnóstico diferencial de outras doenças. Geralmente ocorrem durante dois períodos: na primeira infância entre três e cinco anos e, mais tarde, entre oito a 12 anos. Mas associam-se também aos estirões (momentos em que a criança aumenta alguns centímetros subitamente).

Mesmo que as dores de crescimento não estejam relacionadas com doenças, podem chatear as crianças (e os pais). Porque as dores geralmente desaparecem na parte da manhã, e os pais às vezes pensam que a criança fingiu. Se isso acontecer o ideal é oferecer apoio e garantia de que as dores vão passar conforme as crianças crescem.

Excesso de atividade física na criança

As atividades quando em excesso podem acarretar dores, principalmente quando a criança teve um dia particularmente atlético ou sobrecarregou aquela região que não estava preparada para tal esforço. Por exemplo: a final de um campeonato ou uma prova de corrida que fez um esforço além do esperado. Portanto, as dores podem ser apenas desconforto dos excessos de saltos, pulos e corridas que as crianças ativas praticam; por isso devem ser sempre supervisionadas por um profissional de educação física.

Temos poucas evidências se há relação com encurtamento de partes moles, já que bailarinas e ginastas também têm essas dores e são muito flexíveis.

Devemos rever os fatores causais e corrigi-los. 

Quando procurar um médico

Estes sinais devem ser verificados e analisados pelo médico.

  • Dor de longa duração ou dor de manhã (acorda com dor); 
  • Dor associada a uma lesão;
  • Inchaço ou vermelhidão intensa numa determinada área ou articulação;
  • Febre; Comportamento incomum.
  • Mancar ou não consegue apoiar a perna ou pé;
  • Erupções cutâneas incomuns;
  • Perda de apetite, fraqueza e cansaço;

Demonstre seu amor, cuidado e compreensão, incentivando a atividade física  para as crianças. Ele vai te agradecer, com saúde, no futuro, mas não esqueça de evitar os excessos!

Texto: Dra. Ana Paula Simões Ferreira (Professora Instrutora e Mestre em Ortopedia e Traumatologia) e Lidia J. Nunes Fernandes –  (Acadêmica de medicina

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Dra. Ana Paula Simões Ferreira

Dra Ana Paula Simões Ferreira é Professora Instrutora e Mestre em Ortopedia e Traumatologia, e Médica Assistente do grupo de traumatologia do esporte pela Santa Casa de São Paulo. RQE - N°28753. E Medicina Esportiva RQE - N°67412 . Para conhecer mais seu trabalho acesse o SITE.

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