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Dores no quadril durante a prática desportiva! Ainda que não tão prevalentes quanto as lesões do joelho ou as do tornozelo, as lesões do quadril costumam ser extremamente debilitantes para o atleta cujos gestos esportivos envolvam a marcha. Por ser uma articulação próxima do eixo de distribuição do peso – o muito bem conhecido CORE -, o seu correto funcionamento é imprescindível ao equilíbrio corporal, especialmente no que chamamos por “fase de balanço” (e não, você não precisa saber o que é isso – mas o seu fisio, com certeza, sabe).

Quanto tratamos de atletas de alto rendimento, especialmente em esportes com um número excessivo de ciclos, como a corrida de rua ou o triatlo, multiplicamos essa fragilidade pelas dezenas de milhares de passadas. Um problema relativamente pequeno – como lesões labrais parciais ou uma tendinite glútea – pode levar um atleta profissional até mesmo a perder uma prova – ou um atleta amador a estragar o seu final de semana.

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Dores no quadril durante a prática desportiva

E qual o primeiro passo da avaliação? Na verdade, temos um “passo zero”, pois muitas das dores referidas no quadril são, no fim das contas, patologias lombares. A diferenciação costuma ser muito clara, sendo feita através de alguns testes clínicos, como o “sinal de lasegue”, ou mesmo por uma história bem interrogada, pois os padrões de dor lombar e o de dor no quadril são bem diferentes.

Feito isso, deve-se diferenciar as patologias intra-articulares do quadril (impacto femoroacetabular, artrose, lesão labral, retroversão acetabular excessiva, displasia etc.) das patologias extra-articulares (tendinopatia glútea, dor glútea profunda, síndrome do piriforme, ressalto externo do quadril, avulsão dos adutores, pubalgia etc).

É claro que, nas poucas linhas que nos restam, não iremos investigar todas elas. Prefiro deixar algumas perguntas iniciais, que são como sinais de alerta – “red-flags” :

  • Você consegue iniciar a sua atividade física sem dor? Ou, ao contrário, é uma dor incapacitante mesmo a pequenos esforços, chegando a atrapalhá-lo em atividades básicas como calçar um sapato ou amarrar o tênis?
  • Você sente que perdeu mobilidade do quadril? Que ele parece “travado”?
  • A dor parece “interna” (diz-se do “sinal do C”, pois o paciente coloca a mão sobre o quadril como se o abraçasse com a letra “C”) ou parece mais externa (lateral ou posterior ao quadril – muitas vezes doendo à palpação do trocanter maior)?
  • A dor cessa após alguns dias de repouso? Ou é diária mesmo após longos períodos de descanso?

Acho que, como uma investigação inicial, essas perguntas excluem a maioria das patologias mais graves. Outro ponto que sempre é bom lembrar: antes de qualquer prática desportiva é fundamental a procura de profissionais capacitados em diagnosticar valências, vícios posturais ou de movimento, lesões pré-existentes etc. pois, como em quase tudo na vida, a prevenção é o melhor remédio; e é muito mais fácil controlar uma avalanche ainda no topo da montanha.

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Rogério Augusto de Castro Neves

Formado em Medicina pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP), fez Residência Médica em Ortopedia e Traumatologia no Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo; Especializou-se em cirurgia do Quadril e da Pelve no Instituto de Ortopedia e Traumatologia do Hospital das Clínicas da USP, e é membro titular da Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia (SBOT); Estagiou na Advanced Orthopedics and Sports Medicine em Kansas City, Kansas, EUA; Atua no Grupo de Quadril do Hospital das Clínicas da Faculdade De Medicina da USP, com uma linha de pesquisa de pós-graduação direcionada para as relações entre a coluna e o quadril.

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