Conectando pessoas através do esporte

Nem sempre o fortalecimento será a solução das lesões nas corridas. Nesses primeiros meses de 2022 recebo muitos corredores com microlesões, àquelas relacionadas a sobrecargas de treinamento e até mesmo de repetições de desvios posturais. A história natural desses corredores é procurar por ajuda profissional, que por muitas vezes orientam alongar, fortalecer e usar algum medicamento.

Essas tais “microlesões” não podem ser tratadas somente como fraqueza de algum músculo ou grupo muscular específico, é preciso buscar entender a causa da lesão naquele determinado tecido, seja ósseo (como as fraturas por estresse), muscular ou até mesmo as lesões nos tendões. Com certeza algum leitor irá se questionar da seguinte forma: “ora, mas eu treino musculação três vezes ou mais por semana além das corridas, por que eu ainda me machuco?”. Esse é um caso exemplar de treinamento de força, no entanto, realmente este indivíduo pode vir se machucar pelo fato de ninguém estar isento desse risco.

Saiba mais sobre o nosso calendário de provas presenciais.

Nem sempre o fortalecimento será a solução das lesões nas corridas

Todavia, o que eu quero instigar no leitor é a escassez de questionamentos se apenas o remédio, alongamento e o fortalecimento seria capaz de forma efetiva a vir solucionar um caso de lesões por sobrecarga em corredor. Eu digo que não! Vou te explicar o porquê abaixo.

Na maioria das vezes a orientação do alongamento parte do pressuposto que devemos alongar a região que dói. O corredor recebe essa orientação e acaba iniciando o alongamento da musculatura ao qual ele pode vir estar sobrecarregando na corrida, até mesmo com estímulos de estiramento (alongamento). Com isso, o mesmo irá seguir a orientação de alongar e oferecer o mesmo estímulo na musculatura que está sofrendo durante o gesto da corrida. Ou seja, a região sofre por sobrecarga de estímulos de estiramento na corrida e agora, até mesmo quando não está correndo.

Por outro lado, o fortalecimento é um recurso que soma no tratamento do corredor. É ele quem vai deixar o músculo forte para assumir boa parte da sobrecarga dos possíveis desvios da mecânica que não eram pra acontecer. Apesar disso, se o desvio postural continuar acontecendo, não adianta o músculo estar forte que hora ou outra a dor irá voltar. Essa é uma história de muitos corredores em que atendo na clínica.

Geralmente a dor começa de forma progressiva, com um leve incomodo e gradualmente se torna preocupante a ponto de doer tanto que leva o corredor a se afastar do esporte.  E por norma, é neste momento mais tardio das queixas que o corredor busca ajuda.

Em resumo, é importante buscar ajuda logo nas queixas iniciais e tentar analisar se a queixa tem relação com a biomecânica da corrida, ou seja, a dor surge durante o treino ou pós treino? Se sim, isso é um fator que nos leva a pensar em desvios que sobrecarreguem alguma região do corpo. Alguns deles são uma corrida muito sonora ao tocar com o pé no chão, deslocamento agachado, desalinhamentos de segmentos do corpo, entre outros detalhes da dinâmica do gesto. Além da possível correção do gesto como parte primordial do tratamento, o fisioterapeuta deve orientar outros cuidados que envolvem a reabilitação, como o fortalecimento, mobilidades entre outros.

Se restou alguma dúvida, a equipe de Fisioterapia da Care Club está à disposição.

Chelso também está no Youtube. Se inscreva no nosso canal e acompanhe todas as novidades do mundo dos esportes por lá.

Aproveite e siga a Chelso Sports no Instagram, acompanhe todas as informações sobre nosso calendário de provas e dicas de treinamentos e provas.

Compartilhe
Lucas Piveta

Lucas Piveta é fisioterapeuta da Care Club Piracicaba, graduado pela Universidade Metodista de Piracicaba em Fisioterapia em 2017. Possui especialização em Fisioterapia no Esporte e Exercício. É ex-atleta profissional da Marcha Atlética pela SBAtletismo. Para saber mais acesse o INSTAGRAM.

Deixe uma resposta

X