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Já ouviu falar de um músculo pequeno, que fica profundamente aos glúteos, chamado músculo piriforme? Ele se estende do osso sacro até o fêmur, e tem papel importante na movimentação  e no nivelamento dos quadris. Passando dentro dele, o nervo ciático é conhecido por causar dores, que ocorrem quando o músculo piriforme se contrai ou tem espasmos, comprimindo o nervo. Essa é a famosa síndrome do piriforme, que, quando acomete atletas, está normalmente ligada a atividades repetitivas, que sobrecarregam os músculos, fazendo com que o piriforme comprima o nervo ciático, podendo causar inflamação no mesmo e irradiar a dor para a perna e eventualmente nos pés.

Quais as principais causas?

Temos dois grandes fatores causadores da síndrome: glúteos fracos e desalinhamento pélvico. Se você passa muitas horas sentado no trabalho ou no carro, comece a fazer intervalos para se levantar! Com o tempo, a força do seu glúteo e dos tendões da coxa pode diminuir, gerando atrofia pelo desuso. 

Nos momentos em que estiver sentado em frente ao computador, a televisão, dirigindo, atente-se sempre a postura! A postura incorreta é uma das causas de desalinhamento pélvico, e pode ser facilmente corrigida no dia a dia. Ao sentar-se incorretamente, você força o músculo piriforme, fazendo com que ele contraia ou entre em espasmo. O mesmo ocorre em pacientes com discrepância funcional (diferença de tamanho) no comprimento da perna, porém esse segundo caso precisa ser corrigido com ajuda de especialistas. 

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Como saber se tenho a síndrome do piriforme?

Como pode ser confundida com hérnia de disco, dor ciática, distensão do tendão proximal ou algum outro problema na região lombar, a síndrome do piriforme tem um diagnóstico mais complicado. 

Alguns sintomas comuns, que poderão ajudar a dizer se a causa da sua dor glútea realmente é o piriforme são:

  • Dor ao sentar-se: nem sempre a dor é durante a corrida ou exercício físico. Normalmente, pacientes00 dizem que ao sentar-se, subir escadas ou mesmo agachar sentem dor. 
  • Local sensível: aplicar pressão pode causar desconforto ou dor no local e irradiando para a perna. 
  • Dor central na nádega: na síndrome do piriforme, o paciente normalmente sente dor no meio dos glúteos. 

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Como é o tratamento? 

Nas fases agudas, gelo e anti-inflamatório – recomendado pelo médico – são a melhor opção. Se a dor não passar, a indicação é buscar um especialista em Medicina do Esporte para direcionar o tratamento, que pode incluir: 

  • Métodos analgésicos como: fisioterapia, acupuntura e ondas de choque: usados para alívio da dor, e devem ser seguidos de fortalecimento para prevenir futuras lesões.
  • Avaliação biomecânica: dependendo do caso, pode ser importante uma avaliação da corrida, do comprimento das pernas e de possíveis desequilíbrios na força muscular.  
  • Órteses: no caso de pronação excessiva – quando o pé rotacional para dentro ao tocar o solo – pode ter indicação de órtese para correção
  • Infiltração: algumas vezes indicada em casos refratários, podendo ser seguida de procedimentos mais invasivos, sempre avaliados e indicados pelo especialista. 

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Prevenção da síndrome do piriforme

A principal prevenção é o fortalecimento muscular, reduzindo a vulnerabilidade do músculo piriforme. Agachamento com salto, agachamento com pesos e exercícios pliométricos são indicados, mas sempre com acompanhamento de um educador físico.

Manter a pelve bem alinhada é importante. Caso perceba algum desequilíbrio muscular, procure um especialista para avaliação.  Lembre-se sempre de sentar-se com boa postura, com cabeça, ombros e quadris alinhados, pés apoiados no chão e o peso distribuído igualmente entre os quadris. 

Procure se levantar durante longos períodos sentado. Assim, você evita a atrofia e a inativação muscular. No trabalho, faça pausas para um café, para ir ao banheiro, ou apenas se levante e alongue. Em viagens longas, não se esqueça de fazer paradas e, caso esteja no avião, levante e dê uma volta. 

Durante os treinos de corrida, evite superfícies inclinadas – as vezes pode, mas não faça dos morros seus treinos regulares – e alterne a direção na pista ocasionalmente. 

Lembre-se sempre de aquecer bem antes do treino, com exercícios dinâmicos, como saltos com uma perna e alongamentos leves, que ajudam a despertar os glúteos e auxiliam na prevenção da síndrome do piriforme.

Bons treinos valentes!

Ana Paula Simões Ferreira é Professora Instrutora e Mestre em Ortopedia e Traumatologia, e Assistente do grupo de traumatologia do esporte pela Santa Casa de São Paulo. RQE – N°28753. Medicina Esportiva RQE – N°67412 . Para conhecer mais seu trabalho acesse o SITE.

Aluna: Laila Marques Silva – Universidade Anhembi Morumbi – 7° sem.

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Dra. Ana Paula Simões Ferreira

Dra Ana Paula Simões Ferreira é Professora Instrutora e Mestre em Ortopedia e Traumatologia, e Médica Assistente do grupo de traumatologia do esporte pela Santa Casa de São Paulo. RQE - N°28753. E Medicina Esportiva RQE - N°67412 . Para conhecer mais seu trabalho acesse o SITE.

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