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Qualquer pessoa que corre há um certo tempo já teve ou conhece alguém que já sofreu com a famosa canelite. No post de hoje o fisioterapeuta Rafael de Barros fala sobre esse problema que todo corredor enfrenta!

O que é a Canelite?

Canelite é o nome usual que se dá para quando o corredor apresenta dor na região da canela, principalmente na face interna da mesma. O nome técnico da canelite em geral é síndrome do stress medial da tíbia ou periostite

A canelite aparece principalmente quando o volume de impactos ou a intensidade dos mesmos aumenta muito num período de treinos, o que sobrecarrega a tíbia até níveis superiores ao que a mesma está preparada para suportar.

Porque ela acontece?

A canelite é mais comum em iniciantes na corrida, cuja estrutura óssea ainda não está acostumada a impactos repetitivos e volumosos, ou em atletas já treinados que por algum motivo precisaram intensificar seus treinos.

Nesses casos os membros inferiores estão recebendo uma sobrecarga de impactos acima do que toleram, o que causa uma inflamação inicialmente do periósteo, que é uma membrana que recobre os ossos e que, por ser bastante inervada, é muito sensível e causa considerável nível de dor.

Pessoas com a tíbia vara (canela “arcada”) ou pés pronados apresentam maiores chances de desenvolver a canelite.

Como tratar?

A canelite ou periostite, quando tratada logo no início dos sintomas, tem rápida melhora e não causa grandes danos ao atleta ou aos seus treinos. Porém o que mais vemos em atletas amadores é o mesmo não dar tanta importância aos primeiros sintomas, muitas vezes controlando-os inicialmente com antiinflamatórios, e assim, a lesão e consequentemente a dor se agravam, afastando o atleta dos treinos de corrida pelo período de até alguns meses.

O tratamento da canelite ou periostite é fisioterapia associada à interrupção temporária de atividades de impacto. 

A fisioterapia para esses casos tem dupla função: estimular a rápida cicatrização da região acometida e fortalecer os músculos dos membros inferiores com exercícios sem impacto, já que musculatura enfraquecida não é capaz de absorver suficientemente a energia causada pelo impacto dos pés no chão, o que contribui para a sobrecarga das estruturas ósseas dos pés e pernas.

O atleta inicialmente não pode correr, mas está livre para realizar atividades sem impacto como musculação ou exercícios em piscinas.

Se não tratada, a canelite pode evoluir e acometer além do periósteo também o próprio osso da tíbia, com a possibilidade de evolução para fratura de stress tibial.

Como previnir?

A prevenção da canelite se dá através de fortalecimento de músculos responsáveis pela absorção de impacto dos membros inferiores (quadríceps, panturrilha e glúteos), além de uma periodização racional de evolução dos treinamentos, para dar tempo de as estruturas ósseas se “acostumarem” com a exigência de impactos repetitivos.

Foto: Wolf Series 2019

Outra questão importante no caso da prevenção da canelite é o uso de um bom tênis, com um apropriado sistema de amortecimento, e variar o terreno das corridas, evitando repetir várias vezes seguidas treinos em pisos muito rígidos. Temos inclusive um post em nosso blog sobre como escolher o tênis certo para a corrida, você pode ler AQUI.

Agora conta pra gente aqui nos comentários, você já teve canelite? Como lidou com ela?

Esperamos que esse texto tenha te ajudado! Caso queira mais dicas sobre saúde do corredor, tem mais conteúdo super bacana para ler AQUI.

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Rafael de Barros

Rafael de Barros é Graduado em Fisioterapia pela UFSCar, Pós Graduado em Fisioterapia Esportiva pela UNIFESP, Proprietário do Instituto Avançado de Reabilitação Física e Fisioterapeuta oficial dos Jogos Olímpicos Rio 2016. Para conhecer mais seu trabalho acesse o INSTAGRAM.

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