Quem corre ao ar livre sabe o quanto é importante cuidar da pele, não apenas por estética, mas principalmente por saúde.
O sol, o suor e o atrito podem ser um desafio para manter a proteção ideal durante o exercício.
A seguir, acompanhe dicas importantes da dermatologista Dra. Fabiana Gadotti Cerulli, da Clínica Sartor, para orientá-lo sobre a maneira correta para manter a pele protegida.
Qual é o tipo ideal de protetor solar para quem pratica corrida ao ar livre?
Os mais indicados são os protetores solares resistentes à água, pois têm maior fixação na pele mesmo com o suor e o atrito do movimento durante a corrida.
Para essa finalidade, prefiro os protetores em creme, já que facilitam a aplicação da quantidade adequada, o que garante a proteção prometida na embalagem.
De maneira geral, os protetores em pó ou spray não são recomendados para a corrida.
Existe diferença entre os protetores faciais e corporais para esse tipo de atividade?
Sim! Os protetores faciais geralmente têm uma textura mais leve e acabamento seco, o que costuma deixá-los mais caros. Além disso, os protetores de uso facial no dia a dia, em sua maioria, não são resistentes à água.
Não há problema em usar o protetor corporal no rosto durante a corrida, mas ele costuma ter uma textura mais oleosa.
Pessoas com tendência à pigmentação facial, como quem tem melasma, podem se beneficiar do uso de protetores com cor, que oferecem uma barreira física adicional à luz visível — lembrando que devem ser resistentes à água.
Com o suor intenso durante a corrida, como garantir que o protetor continue funcionando?
É essencial usar a quantidade adequada: para o rosto e pescoço, aplicar de 1 a 2 colheres de chá; para o corpo, de 2 a 3 colheres de sopa.
É importante escolher um protetor resistente à água. Quanto ao fator de proteção (FPS), na teoria, FPS 30 já seria suficiente, desde que aplicado corretamente na quantidade de 2 mg/cm² de pele.
Na prática, como a maioria das pessoas aplica bem menos produto do que o ideal, vale a pena optar por FPS acima de 50 para compensar essa diferença.
Quais os riscos de correr ao ar livre sem proteção solar adequada?
No curto prazo, as queimaduras solares. No longo prazo, o envelhecimento precoce da pele e aumento do risco de câncer de pele.
É importante lembrar que, em dias nublados, a sensação de segurança pode ser enganosa. Embora os raios UVB (os principais causadores de queimaduras) sejam parcialmente bloqueados pelas nuvens, os raios UVA continuam as atravessando e são silenciosos: não causam queimaduras, mas penetram profundamente na pele, contribuindo para o envelhecimento precoce e para o câncer de pele.
Além do protetor solar, existem outras formas de proteger a pele durante a corrida?
O protetor solar deve ser visto como a última e menos eficaz barreira contra os danos solares.
As medidas mais eficientes são: correr à sombra sempre que possível, evitar os horários de maior intensidade solar (entre 10h e 16h), usar roupas com proteção UV, preferencialmente de manga longa, usar bonés, chapéus e óculos de sol.
Mais do que um cuidado estético, proteger a pele durante a corrida é uma atitude de saúde e prevenção.
Informações: webrun.com.br/elizamamodesto
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