A palavra ‘reinventar’ nunca foi tão usada quanto na pandemia causada pelo novo coronavírus (Covid-19). Desde março, quando o isolamento social entrou em vigor, várias atividades foram interrompidas. No cenário do esporte, não foi diferente: eventos como corridas de rua, que não podem ser realizados com o distanciamento recomendado pelos órgãos competentes de saúde, tiveram de ser adiados ou ainda cancelados. Mas, se você acha que organizações e atletas ficaram de braços cruzados, está enganado, eles se adequaram com a corrida virtual.
Com os eventos presenciais suspensos, os atletas também viram afetadas as rotinas de treinos e dietas, além de terem frustrados os objetivos traçados. Foi nesse contexto que surgiu a corrida virtual, modalidade cada vez mais presente na vida dos apaixonados por corrida. Atenta ao mercado, a empresa piracicabana Chelso Sports usou a criatividade para reinventar o próprio calendário – e logo viu a mudança se transformar em ‘vício do bem’. É o que aconteceu com Fernanda Martinez, formada em ciência de computação e gerente de suporte no ramo de telecomunicações.
Fernanda já correu mais de 150 km. O detalhe é que todo o percurso foi feito em casa, entre a sala e a sacada
“Eu participei por 15 anos, em Santos, de uma prova tradicional. Em 2016, engravidei e tive de parar, pois não podia fazer atividades físicas. Desde então, não tinha conseguido engatar novamente uma rotina regrada de exercícios. Com a pandemia, nós ficamos dentro de casa e eu sentia falta das atividades, até que surgiu uma prova virtual. Animei, corri e me senti super bem. Depois, entrei em um grupo de corrida e conheci a Chelso. Foi algo que me estimulou, pelas medalhas temáticas. Isso virou um hábito desde abril. Os kits são super legais. Ano passado descobri que sou hipertensa e correr tem me feito bem. Já emagreci 6 kg desde abril”, contou.
Na pandemia, Fernanda já correu mais de 150 km com corrida virtual. O detalhe é que todo o percurso foi feito em casa, entre a sala e a sacada. A gerente de 38 anos disputou 28 corridas de 5 km e mais uma maratona de 42 km distribuída em sete dias consecutivos.
“Em casa, mesmo com uma filha pequena e a rotina do trabalho, consegui me manter ativa”, disse Fernanda, que enalteceu os kits recebidos em casa. “A Chelso é muito criativa nesse sentido. Eles também têm uma iniciativa muito legal para incentivar empresas a criarem desafios. Acabei influenciando pessoas do meu trabalho com isso. No fim, vira algo familiar (risos)”, completou.
EQUILÍBRIO
A arquiteta e urbanista Paula Braga, 38, tinha três provas marcadas, entre elas uma meia maratona. A história dela com as corridas de rua, porém, surgiram bem antes. “Depois de fazer exames, em 2014, ao invés de apenas olhar os resultados ruins, o médico perguntou como estava a minha vida. E estava bem confusa! O diagnóstico foi uma sobrecarga diária e ele me sugeriu a corrida em vez dos remédios. Comecei sem pretensão nenhuma e realmente fez toda a diferença, não apenas para a saúde física, mas sobretudo a mental”, destacou.
Com o isolamento social e as provas adiadas, Paula parou de treinar, mas foi incentivada a retornar – com segurança – a partir de uma ação realizada por uma influencer com a Chelso, que propunha completar um desafio por mês da Big Five.
“A corrida passou a fazer parte da minha rotina. Mas esse ano, logo no início da pandemia e com todas as incertezas, parei de correr. Passados alguns meses, a proposta das corridas virtuais motivou a retomada. Ter um objetivo a cumprir torna mais fácil e prazeroso o treino, mesmo com máscara e todos os novos cuidados necessários. A corrida mais uma vez passou a ser o ponto de equilíbrio na minha vida”, finalizou a arquiteta e urbanista.