Durante a prática da corrida, assim como em diversas atividades esportivas, é comum que ocorram as distensões e/ou estiramentos musculares. Afinal, não se trata da mesma coisa? O que as difere é a localização: a distensão ocorre no tendão ou na junção músculo-tendínea, enquanto o estiramento ocorre nas fibras musculares do próprio músculo, que são as células que compõem o músculo.
Ambas ocorrem devido a sobrecarga muscular, alongamento excessivo ou repentino. Em geral, a dor é sentida no momento em que ocorre a lesão, gerando, além da dor, rigidez muscular e, em lesões mais extensas, pode haver inchaço e hematoma.
As lesões podem ser classificadas em 3 graus:
Grau 1 (Leve):
• Pequena lesão ou ruptura de algumas fibras musculares ou tendíneas
• Dor leve e mínima perda de força
• Recuperação geralmente rápida, em poucos dias a uma semana
Grau 2 (Moderada):
• Ruptura mais significativa de fibras musculares ou tendíneas
• Dor mais intensa, inchaço, pequenos hematomas e dificuldade para contração muscular
• Recuperação pode levar de 2 a 6 semanas
Grau 3 (Grave):
• Ruptura completa do músculo ou separação do músculo do tendão
• Dor intensa, hematomas maiores e perda da capacidade de contração daquele feixe muscular
• Recuperação pode levar meses e, em alguns casos, cirurgia pode ser necessária
Nos praticantes de corrida, é comum vermos distensões e/ou estiramentos na panturrilha e nos isquiotibiais.
Mas então, após sentir dor após a corrida, o que fazer?
Idealmente, interrompa a corrida para prevenir o agravamento da lesão
Realize crioterapia (aplicar gelo) na região da lesão e observe se há hematoma ou dificuldade na contração muscular
Busque avaliação para entender o grau de extensão da lesão
O tempo de retorno à corrida dependerá do grau da lesão, mas, independente de qual seja, é importante que haja um preparo para o retorno. Visto que, no local da lesão, se cria um tecido cicatricial, a reabilitação e a transição para o esporte são de extrema importância como prevenção de novas lesões.
Fratura por estresse
Pensando em lesões de corredores, a fratura por estresse vem facilmente à memória. Afinal, qual corredor não conhece algum colega que já tenha tido essa lesão?
A fratura por estresse não é exclusividade dos corredores. Ela surge em diversos outros esportes, especialmente quando se aumenta repentinamente a intensidade ou o volume de treino. Trata-se de uma pequena fissura no osso, causada por sobrecarga repetitiva e microtraumas cumulativos, sem tempo suficiente para recuperação. Em geral, ocorre nos membros inferiores, principalmente na:
• Tíbia
• Fíbula
• Metatarsos (ossos do pé)
• Fêmur
Por vezes, pode ser confundida com uma dor muscular. Alguns dos sintomas são:
• Dor localizada que piora com a atividade e melhora com o repouso
• Inchaço leve no local
• Sensibilidade ao toque
• Em casos mais avançados, dor em repouso
O diagnóstico é feito através da avaliação clínica e, mais precisamente, com exames de imagem, como ressonância magnética ou radiografia do local onde se suspeita da fratura por estresse.
As fraturas por estresse são classificadas em dois grupos:
• Fraturas de baixo risco: localizadas nas áreas onde o osso é comprimido, ou seja, apresentam menor risco de “abrir” ou estender a fratura
• Fraturas de alto risco: ocorrem em áreas que tendem a se “abrir”, aumentando a fratura
Sabendo que a principal causa da lesão é a sobrecarga, a primeira medida para o tratamento é o afastamento das atividades de impacto que sobrecarreguem o osso lesionado.
O tratamento depende de qual osso foi acometido. Fraturas de baixo risco são tratadas de maneira conservadora, podendo ser recomendado o uso de muletas nos primeiros dias, e, em seguida, reabilitação com fisioterapeuta a fim de fortalecer a musculatura e preparar para o retorno ao esporte. Já as fraturas de alto risco exigem o uso de muletas por período mais prolongado, associado à reabilitação fisioterapêutica e, em alguns casos mais raros, pode haver necessidade de intervenção cirúrgica.
É importante ressaltar também que, em alguns casos, a fratura por estresse está relacionada a deficiências metabólicas, que aumentam o risco por falta de vitaminas, minerais e/ou alterações hormonais que interferem na síntese de cálcio e recuperação das pequenas lesões. Além disso, a hidratação e o sono são imprescindíveis para a prevenção de lesões.
Fonte de informação: webrun.com.br
Crédito foto: pexels.com/Kindel Media